Escritório francês de arquitetura revoluciona o conceito de biblioteca

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Conjunto de livros, manuscritos, etc, ou sala ou edifício onde está essa coleção são as definições que o dicionário Aurélio apresenta para a palavra biblioteca. No entanto, sabemos que esse conceito pode ser muito mais complexo e interessante. O Instituto C&A, instituição que tem o compromisso de promover o acesso à leitura através de programas socias, em sua publicação Prazer em Ler, 10 anos de fomento à leitura literária, afirma que espaço da biblioteca deve convidar à leitura e estar organizado de forma a acolher os leitores, de acordo com suas características. Ele propõe os seguintes aspectos como essenciais para esse ambiente:

  • Ser uma área limpa, arejada, acessível e com boa iluminação e ventilação;
  • Ter local e mobiliário apropriados para guardar e expor livros e os outros suportes de texto;
  • Ter uma boa visualização e comunicação com o ambiente externo em que está inserido;
  • Facilitar o acesso aos objetos de leitura para que possam aguçar a vontade e a curiosidade de mexer, buscar, localizar, pesquisar e satisfazer o desejo dos usuários;
  • Contar com a presença de diferentes mídias que favoreçam a interação entre diferentes linguagens: acervos bibliográficos, TV, computador com internet, aparelhos de som e DVD;
  • Haver educadores mediadores de leitura no ambiente para apoiar os leitores em suas buscas e pesquisas e desenvolver atividades planejadas de leitura;
  • Organizar uma programação de atividades de leitura conhecida pelo público.

Esses aspectos valem para as mais modestas das bibliotecas até as mais suntuosas ou modernas. Certamente esse conceito foi levado à sua máxima potência com o recente projeto para a biblioteca de Thionville, na França, desenvolvido pelo escritório francês de arquitetura Dominique Coulon & Associés.

Fotos: Eugeni Pons/David Romero-Uzeda/Reprodução

Fotos: Eugeni Pons/David Romero-Uzeda/Reprodução

O lugar, além de abrigar todo acervo bibliográfico e de mídia, acomoda pessoas e incentiva a criatividade. O projeto conta com áreas de exposição, espaços para criação estúdios de música e restaurantes.

O prédio foi todo confeccionado em linhas sinuosas, que lembram as curvas de uma fita. Nas laterais, cortinas de vidro para aproveitar a luz natural, e algumas ilhotas abertas com mesas e cadeiras. Dessa forma, não fica totalmente clara a definição do que é um espaço público e do que é espaço privado, unificando as diferentes áreas.

Fotos: Eugeni Pons/David Romero-Uzeda/Reprodução

Fotos: Eugeni Pons/David Romero-Uzeda/Reprodução

O telhado foi transformado em um terraço, que, além de possuir vista privilegiada para a copa das árvores que cercam a região, virou uma alternativa para as pessoas poderem tirar uma soneca, ler, fazer reuniões ou piqueniques.

Os espaços foram criados com base no princípio de independência e de irregularidade das seções. O local agrada diversos públicos, que podem escolher dentre as diversas áreas de acordo com seus interesses.

As cores escolhidas para compor os ambientes são variantes de tons encontrados na natureza, como o verde, o azul e o branco. As áreas de passagem imitam as formas orgânicas e oferecem diferentes opções aos visitantes.

Fotos: Eugeni Pons/David Romero-Uzeda/Reprodução

Fotos: Eugeni Pons/David Romero-Uzeda/Reprodução

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